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- #2 = {Transição mental, largar tudo, nada é pessoal e "vida digna"}
#2 = {Transição mental, largar tudo, nada é pessoal e "vida digna"}
Hackeando O "Óbvio" Por Leonardo Scorza
Oi, Léo Scorza aqui.
Nessa segunda edição eu vou te passar meus melhores Hacks da semana.
Bora ir além do óbvio?
1 - Você não vai à festa com a roupa que acorda, então porque…
Então porque você muda de uma tarefa pra outra sem preparar sua mente de forma adequada?
Entrando em mais detalhes, quando eu estou fazendo uma tarefa que exige velocidade e muitas pequenas decisões eu tenho muita dificuldade na hora de mudar pra uma outra tarefa que exige calma e concentração…
Exemplo, quando eu estou fazendo várias reuniões e falando com muita gente ao mesmo tempo e depois eu preciso parar para escrever um email de vendas (ou uma newsletter)…
Então eu tenho usado uma técnica que podemos chamar de “ritual de transição mental”, ou seja, entre uma tarefa e a outra eu executo um ritual para sinalizar para o meu cérebro que eu estou mudando de tarefa.
Meu ritual para escrever essa newsletter:
Eu abro o meu vinho (sem vinho, sem newsletter 😅🍷) e depois eu coloco uma música energizante (ou relaxante, dependendo da vibe que quero sentir e passar), como por exemplo essa interpretação da música Jolene feita pela banda que tocou no meu casamento (link).
Minha sugestão para você (e para mim mesmo): crie rituais de transição entre as suas atividades, escolha o ritual baseado em como quer se sentir para fazer a tarefa da melhor forma possível, exemplo, quer se sentir calmo? medite, quer se sentir energizado? faça um hiit, tome um banho gelado ou tome um bom café.
Se você já tem algum ritual, responda esse email ou me mande uma DM contando mais sobre ele.
2 - O que me fez largar tudo e viajar o mundo (será que você deveria também?)
Em 2014 eu trabalhava como programador CLT em São Paulo, eu gastava 2h de trem para ir e 2h para voltar todo dia, morava em Santo André e estudava engenharia em uma universidade federal lá.
Apesar de estar trilhando um caminho que muitos achariam “bom” eu sempre tive a semente do inconformismo dentro de mim, mas eu não conhecia exemplos de outros caminhos…
Aí aconteceu o primeiro acontecimento transformador, por alguma razão ou outra encontramos o blog do DayTrippers, uma galera que viajou grande parte do mundo dirigindo uma Defender, quando eu e a Flávia encontramos o blog, nós passamos horas e horas lendo a história deles, era como uma “revelação” dizendo: "a vida pode ser muito mais interessando do que te disseram”.
Foi aí que decidimos ser nômades, viajar o mundo e conhecer novas culturas, mas ainda falta o “como" fazer…
Aí tropeçamos no segundo acontecimento, um livro chamado “trabalhe 4 horas por semana” que depois eu descobri que foi a maior influência de outras pessoas também.
Nesse livro o Tim Ferriss conta como ele criou uma empresa, quase surtou com ela, depois “automatizou” tudo e foi viajar o mundo enquanto ganhava $ no automático.
Eu li cada página do livro fascinado (e releio constantemente, inclusive a Flávia está relendo nesse momento e eu estou lendo o ferramenta de Titãs do mesmo autor), foi aí que eu ví o "como”.
Me tornei programador freelancer, sai do meu job fixo, vendemos tudo que tinha no apartamento e fomos viajar, primeiro até o Uruguai de carro e depois pela Europa, mas isso é história para um próximo dia.
Eu resumo, o que me fez largar tudo e viajar foi não me conformar com uma vida “plana” e ter tido a sorte (ou serendipidade) de ter cruzado com essas pessoas incríveis.
Será que você não tá precisando “largar tudo” também não? vai que isso é um aviso do universo… 😅
3 - Nada é pessoal (seu “eu” é só um conceito)
Você se ofenderia se alguém dissesse: “Odeio seu jeito, você é muito chato"?
Provavelmente sim e eu também me ofenderia um pouco, mas isso não faz o menor sentido e não é algo que devemos cultivar.
Pensando logicamente, será que a mente de um humano consegue conhecer verdadeiramente o outro humano a ponto de conseguir julgar ele (será que conseguimos atribuir características fixas a seres que mudam o tempo todo)?
Por exemplo, algumas pessoas odeiam quem tem um comportamento “extremamente” amoroso, que abraça, faz elogios e tenta ser prestativo, já outras pessoas amam esse comportamento.
Algumas pessoas admiram quem é empreendedor e sempre busca criar e conquistar algo novo, já outras, vão dizer, que “cara” chato e convencido.
Porque essa divergencia acontece?
Porque o julgamento nunca é sobre o outro é sempre sobre quem julga, quando eu digo: “Você é melosa demais, está me sufocando”.
O que pode ser que eu esteja dizendo é que eu tenho dificuldade de receber atenção e amor e que aquele comportamento está esbarrando no meu limite interno.
Os adjetivos que usamos sempre são “referenciados”: bonito, feio, alto, baixo, chato, interessante, inteligente, vaidoso, humilde. Tudo isso é dito em referencia a outra coisa.
Como eles tem uma referencia, e nós somos a fonte das referencias (afinal, eu te acho chato porque acho outra coisa legal) o julgamento também é mais baseado em mim do que em você.
→ Quando Pedro fala de Paulo, sei mais de Pedro do que de Paulo.
Tá Léo, mais qual o Hack?
O hack é o seguinte, enquanto você deixar o medo do julgamento alheio guiar a sua vida, você não vai viver perto da sua “essência” e vai sofrer.
Para de levar as coisas pro pessoal, ninguém conhece o seu interior (nem você mesmo rsrs), quando alguém te “ofender”, siga em frente sabendo que a pessoa apenas depositou a frustração dela em você e que ela nunca de fato “conheceu” você de verdade.
4 - Se a vida fosse fácil ia ser divertida? Pra c@r#lho.
Você já ouviu aquela frase “o trabalho dignifica o homem”? Bom eu tenho um aviso pra você, estão usando sua vaidade e medo pra te controlar.
Dignidade, verdade, honra, ética e etc são só palavras bonitas pra te dizer: “seja assim e não seja assado, faça isso e não faça aquilo”, tudo isso são ferramentas de controle.
Sabe qual o pior disso? As pessoas internalizam esses conceitos e começam a viver vidas tristes pra se adequar a essas ilusões coletivas.
Vamos pensar nos dois casos. Se o trabalho dignifica o homem:
1 - E se eu passar a vida inteira trabalhando pra transportar o oceano Atlantico pro deserto do Saara usando um balde, vai me “dignificar”?
2 - E se eu conseguir criar um software em um mês que ajude milhões de pessoas e nunca mais trabalhar, apenas viver da renda desse software, eu sou indigno?
Pense bem, no primeiro caso eu trabalhei muito e não ajudei ninguém (afinal, mover um oceano usando um balde não vai funcionar, mas dá muito trabalho) e no segundo caso eu trabalhei pouco tempo mas ajudei muita gente de verdade.
O que vale mais? O que “dignifica” mais?
Será que você não orquestrou sua vida para “trabalhar” e ser digno(a) ao invés de pensar em ser útil e criar as condições pra você viver bem?
O que eu consumi essa semana:
Filme: Mixed by Erry (Netflix)
É um filme que fala sobre “amor” a música, pirataria, Nápole e consequências. Recomendo.
Música: L'Italiano (Youtube)
Ama o Italiano e quer ver um clássico? Essa é a música.
Leitura: Alegre Sabedoria (Amazon)
Nesse livro o Mingyur Riponche traz conceitos Budistas de uma maneira extremamente genial (pelo menos eu nunca tinha visto uma profundidade e leveza como essa)
Vinho consumido durante a escrita: Putos: Red Wine Português
É um vinho “criado” pelo Danilo Gentili, Diogo Portugal e Oscar Filho.
Espero que esses pensamentos associados a uma boa taça de vinho te ajudem a refletir, se fez sentido, não deixe de mandar seu feedback (meu ego agradece).
Inclusive, obrigado a todas as DMs e respostas por email que recebi sobre a primeira edição, com certeza essa carga de incentivo me ajuda a continuar tomando vinho e escrevendo 😅
Chin Chin 🍷
Léo Scorza
Contexto da escrita - Escritório
Ps: Novamente, obrigado a Flávia pela revisão, paciência, amor e bom gosto para vinhos.
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